Mais liberdade.

Mais liberdade

Trabalhar sob pressão exige alto grau de controle emocional e profissional. Da mesma maneira, ter liberdade no ambiente de trabalho motiva e faz aumentar a produtividade de uma organização. Pesquisa realizada pela consultoria Fellipelli, no segundo semestre de 2009, com 300 profissionais, corrobora esta tese e mostra que a maioria dos profissionais brasileiros necessita de autonomia para se sentir mais à vontade para trabalhar de maneira independente.

Segundo Cristiano Amorim, consultor de Desenvolvimento Organizacional da Fellipelli, a pesquisa se deu por meio da aplicação de um instrumento de análise comportamental em que os entrevistados respondiam a perguntas que indicavam suas relações de motivação com comportamento no ambiente laboral.

Alguns dados obtidos a partir desse método de pesquisa mostram que 58% dos entrevistados disseram precisar de mais autonomia para trabalhar e que renderiam mais se tivessem mais liberdade. Outra porcentagem alta -- 75% --se deu no número de pessoas que demonstraram atuar em prol dos interesses coletivos e apresentaram facilidade em trabalhar em equipe.

“O comportamento é o caminho pelo qual muitas vezes encontramos maneiras de satisfazer nossas necessidades motivacionais”, afirma Amorim. Ele ressaltou o fato que “quando me disponho a ajudar o coletivo, eu também tenho oportunidade de obter meus objetivos. É a maneira que encontramos para nos sentirmos úteis e produtivos para que a organização possa recompensar-nos individualmente”.

Autoconhecimento

De qualquer forma, a individualidade deu a tônica do levantamento. Do total de entrevistados, 44% dos profissionais têm necessidade de obter vantagens e reconhecimentos individuais. E para aqueles que acreditam que a recompensa coletiva é mais importante que a individual, somente 17% das pessoas precisam realmente de um ambiente idealista e voltado ao bem comum para se sentirem motivadas.

A gerente de Recursos Humanos do Grupo JD e psicóloga de formação, Cristina Bonatto, participou da pesquisa e acredita que o autoconhecimento proporcionado pelo feedback da avaliação “ajuda a tomar melhor suas decisões e conduzir a um comportamento mais adequado na organização”. Ela se encaixa no perfil daqueles que buscam uma maior liberdade de expressão, de relacionamento dentro da empresa para, assim, “ficar motivada e buscar um ambiente mais favorável à produtividade”.

Amorim acredita que um profissional normalmente é “orientado para um objetivo coletivo, pois esse é um comportamento que é bem visto socialmente”. No entanto, numa sociedade capitalista, individualista e competitiva por natureza, esses valores facilmente se dissipam quando se fala de motivações financeiras, sempre alinhadas pela ótica da disputa.

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