Ambiente de Trabalho

Jovens procuram um bom ambiente de trabalho


Jovens procuram cada vez mais um bom ambiente de trabalho e respeito à individualidade

Os jovens têm demostrado um desejo de aliar estabilidade, qualidade de vida e liberdade de expressão na hora de escolher o emprego dos sonhos. Essa é a principal conclusão da edição 2010 da Pesquisa Empresa dos Sonhos, que ouviu 35 mil jovens de todo o País numa enquete realizada, há nove anos, pela Cia de Talentos.

Entre os motivos pelos quais escolheriam uma empresa, em primeiro lugar, aparece o “bom ambiente de trabalho”, ocupando um posto que foi do “crescimento profissional”, em 2009, e dos “bons salários e benefícios”, em 2008. O segundo fator a ser considerado, segundo os entrevistados, seria o “desenvolvimento profissional” e, abaixo dele, novamente um valor intangível: qualidade de vida. Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas clicando aqui.

Então o jovem está mudando sua visão sobre o mundo do trabalho? “É uma tendência que já vinha acontecendo nos últimos anos”, responde Sofia Esteves, presidente do Grupo DMRH, ao qual pertence a Cia de Talentos. “Os jovens perceberam que não adianta ganhar dinheiro e não ser feliz, não adianta trabalhar numa empresa de grife, se ele não estiver bem lá dentro.”

Sofia comenta também que, hoje, o mais importante para esses jovens profissionais é o respeito a sua individualidade dentro das organizações. “Ele quer ser respeitado como ele é”, afirma. “É isso que ele chama de bom ambiente de trabalho, um local que respeite as pessoas, a participação das pessoas no dia a dia da empresa, que ele possa dar suas opiniões, entender em que ele está contribuindo, os objetivos ele está alcançando.”

Desenvolvimento pessoal e profissional

A teoria se comprova no caso de Abner Eli Bezerra, trainee de Regionalização e BOP [do inglês base of pyramid, base da pirâmide], há cinco meses, na Nestlé – uma das premiadas pela Cia de Talentos por estar num ranking das dez mais citadas pelos jovens. “Acredito muito na empresa em que trabalho porque a cada semana sinto que ela aposta no meu desenvolvimento pessoal e profissional,” conta. Bezerra diz ainda que nota isso pelo modo como a companhia “faz com que os trainees circulem por diversas áreas”. O que, em sua visão, o “prepara para atuar em qualquer segmento de mercado.”

Para Sofia Esteves isso não quer dizer, no entanto, que o jovem planeje ser um mero cumpridor de tarefas. “Eu vejo uma coerência muito grande de sua parte no sentido de ele não querer pagar um preço alto por sua saúde, por sua vida”, diz. “A vida passa rapidamente e o jovem quer aproveitá-la – o que faz conexão com a qualidade de vida que aparece em terceiro lugar no levantamento.”

Esse aspecto é também um dos destaques na visão de Daniel Wakswaser, ex-trainee e hoje gerente de Novas Mídias da AmBev, empresa onde está há dois anos e que também aparece na cobiçada lista. “O que chegava para a gente, universitário recém-formado, sobre a AmBev era que se tratava de uma empresa muito informal no sentido de um lugar bem descolado e moderno”, comenta. “O que é real.”

Outro fator importante na hora de Wakswaser ter optado pela organização – “durante o processo de seleção eu fui desistindo de outros programas que estava concorrendo para me focar aqui”, conta – foi a possibilidade de ser reconhecido por seu desempenho. “A AmBev é bastante meritocrática”, avalia. “Ou seja, quem se empenha mais, quem entrega mais resultado, cresce mais rápido, o que é bacana e é bastante valorizado pela juventude de hoje.”

Desafios dentro da empresa

Um fator curioso revelado nas entrelinhas dessa pesquisa tem a ver com um fenômeno parece estar se tornando característico da geração Y: quando o jovem afirma escolher uma companhia por seu ambiente corporativo, isso revela sua intenção de permanecer nela um tempo maior. O que, por sua vez, destoaria daquela imagem aventureira que muitos têm dos menores de 30 anos. Para Sofia Esteves, isso está se tornando uma realidade. “A pesquisa mostra que tem aumentado o número de jovens que dizem querer ficarem mais de 20 anos na empresa”, informa. “Porém, desde que seja num ambiente de troca, desde que ele se sinta respeitado.” A presidente do Grupo DMRH resume ainda que, com isso, os jovens sinalizam que “se for uma relação em que os dois lados ganham, ele e a empresa, ele não vai trocar de emprego por R$ 100”, diz. “Porque amigos deles, um pouco mais velhos, fizeram isso e não foi um bom negócio.”

De fato, não é isso que os entrevistados desta matéria têm em mente. “Acredito que muitas pessoas da minha idade buscam, hoje, trabalhar em uma empresa com a qual se identifiquem e que valorize o seu desenvolvimento profissional”, enxerga Abner Eli Bezerra. “O programa de trainee da Nestlé é um exemplo disso. Desde o início temos o acompanhamento de um mentor. A ideia é que ele nos ajude no desenvolvimento profissional e pessoal durante todo o programa. O que faz toda a diferença, uma vez que eu aprendo muito com ele."

Daniel Wakswaser é ainda mais objetivo em seus planos com relação à AmBev. “Eu nem olho para fora porque o conjunto de oportunidades e desafios aqui dentro é muito grande”, revela. “Além disso, a empresa tira você constantemente da sua zona de conforto, justamente para você aprender e ser desafiado – o que, na minha opinião, o jovem quer hoje, acima de tudo.
Reportagem de Júlio Caldeira

fonte: CanalRH - www.canalrh.com.br - Retirada do boletim em 15 de julho

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