Tecnologia e Gestão de Pessoas - Tendências.

por Anderson Silva


 A tecnologia se transformou em uma grande aliada dos gestores. À medida que as atividades estão se tornando mais complexas, a área de Recursos Humanos vem se apoiando cada vez mais em softwares que auxiliam nos processos de gestão e em ferramentas que ajudam a potencializar o capital humano das companhias. As planilhas em Excel ou os processos subjetivos estão sendo substituídos por sistemas que ajudam a mapear competências e identificar talentos na hora das promoções.

Um exemplo de parceria bem sucedida entre RH e tecnologia é o Sistema de Gerenciamento de Talentos (SGT) utilizado pela Tigre, fabricante de tubos e conexões. De acordo com Henriette Fleig, gerente corporativa de Recursos Humanos da empresa, o sistema, instalado há dois anos, faz um mapeamento das competências de cada profissional e sugere aos líderes aqueles que atendem aos requisitos que a empresa estabeleceu. “A partir dessas sugestões, um comitê formado pelos superiores avalia os candidatos. Por fim, a escolha é validada pelo nível hierárquico acima”, conta.

A executiva explica que antes da implantação do SGT não havia nenhum processo de avaliação de talentos, que se fez necessário em razão do crescimento registrado pela empresa nos últimos anos. “Foi necessário criar um sistema moderno, eficaz e transparente para a sucessão e o desenvolvimento das equipes”, afirma.

Desde o ano passado, 31 profissionais da Tigre, nos níveis de coordenação, gerência e diretoria, foram promovidos com o auxílio do sistema. A ferramenta também agrada aos profissionais promovidos, como Rogério Kohntopp, novo diretor corporativo de Tecnologia e Qualidade da companhia, escolhido em um desses processos informatizados. “Considero muito positivo ser escolhido para um novo cargo a partir de uma estratégia que envolve uma avaliação ampla de minhas competências”, diz o executivo, que tem mais de 20 anos de empresa.

Na Uranet, empresa do segmento de tecnologia, o sistema utilizado é o IntergrALL, que fornece uma base de informação para apoiar a política de aproveitamento interno. “Conseguimos ter uma visão individual de cada colaborador”, explica o presidente da Uranet, Andres Enrique Rueda Garcia.


Mas não era bem assim há nove anos. Antes, o controle era feito com o auxílio de uma planilha de Excel, onde as informações sobre as habilidades dos profissionais eram elencadas. “Hoje, temos essas informações em tempo real, o que torna o processo muito mais ágil”, completa.

Talentos ocultos

Mesmo com experiências bem sucedidas, algumas companhias não aprenderam a desenvolver e utilizar bem os sistemas e, com isso, podem perder talentos significativos. “Muitos ficam ocultos, enquanto poderiam ser descobertos por meio de uma ferramenta eficaz e que atenda às necessidades da empresa”, afirma André Fix Ventura, diretor da Efix Tecnologia, empresa que desenvolve sistemas de gestão de pessoas.

Ele ressalta, entretanto, que o software de gerenciamento de pessoas não substitui a conversa tradicional com um candidato a uma vaga interna. “Quando um profissional de recursos humanos recebe a missão de encontrar internamente um sucessor para um cargo, ele precisa saber quais colaboradores atendem às necessidades da empresa. É aí que o sistema será usado”, diz Ventura.

Ele explica que a ferramenta indica um número ‘x’ de pessoas com as características requisitadas pela empresa, mas, depois disso, cabe à área de Recursos Humanos encaminhar o processo de avaliação. “O risco de mal aproveitamento dos profissionais é menor”, completa.

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